Os complexos funerários, como se sabe, são estruturas espaciais que abrigam eventos de natureza singular. As cerimônias que ali tomam parte, em nossa cultura, independentemente de religião, possuem marcantes conotações espirituais as quais sensibilizam, em maior ou menor escala, aqueles que delas participam. Os ritos reverenciais da morte, dentre outras coisas, intensificam, em nós, diálogos entre a razão e a emoção, fazendo variar ou até romper, por vezes, as fronteiras de seus próprios domínios. Por ocasião de suas realizações, a propensão à meditação, aliada à natural exacerbação da sensibilidade de seus protagonistas, fazem dos espaços que os abrigam importantes partícipes dessas cerimônias. Em tais circunstâncias, a potencial interação entre estes e aqueles verifica-se de forma veemente, sendo capaz de interferir na atmosfera espiritual do ritual como um todo. Portanto, como se observa, o alto significado do meio físico destinado a ritos fúnebres exige estruturas materiais que os espacializem de maneira correta, a fim de que contribuam, em todos os aspectos, à plenitude de suas realizações.
Dos diversos espaços integrantes de um complexo funerário, a capela mortuária, destinada a abrigar a câmara-ardente na qual se velam corpos, é aquele que, a nosso ver, merece maior atenção, já que sua delicada finalidade a confere uma tarefa tão difícil quanto filosoficamente paradoxal: a de acolher, fisicamente, a celebração da perda da materialidade. Sua razão de existir é, portanto, expressa, como em qualquer outro edifício, justamente através daquilo que a morte arrebata: a matéria.
A capela aqui apresentada não ambiciona resolver o paradoxo que envolve sua existência. Sua intenção, nesse aspecto, é a de apresentar, por meio de sua expressão formal, uma maneira digna de, com ele, conviver.
As capelas mortuárias enfrentam um paradoxo filosófico: ser o meio físico sob o qual se reverencia a perda da materialidade.
As capelas mortuárias possuem, devido à sua natureza funcional, cunho essencialmente religioso. Na concepção da capela em discussão, a compreensão dessa essência norteou a busca de formas para a traduzir, e para evidenciar, também, a particularidade de sua utilização a diferenciando de outras edificações de igual caráter religioso, os templos, consagrados, porém, a cultos mais amplos.
A resposta formal às premissas conceituais estabelecidas para a capela em questão fundamentou-se na simplicidade geométrica impessoal, plasticamente distanciada de consagrados arquétipos de templos, dotada, entretanto, de forte religiosidade. Essa feição é marcada pela a presença do cruzeiro no ambiente circundante da edificação, o qual atribui identidade religiosa às suas neutras formas.
A cruz confere, a qualquer ambiente, uma atmosfera religiosa já que evidencia a presença de Deus na representação de Seu Filho crucificado. Em nossa cultura, é importantíssima a ideia da presença divina nos cemitérios, já que, para nós, em geral, morrer é ir ao encontro do Criador.
A geometria do cruzeiro, além de permitir igual leitura de qualquer direção de onde seja observado, foi concebida para proporcionar, ainda, outra interpretação de seu significado. Suas formas sugerem, também, uma estrela, como representação da luz divina a nortear e flutuar sobre a paisagem do lugar.
A fuga da literalidade no conceito formal do cruzeiro, como se vê, o torna um objeto reflexível, passível de múltiplas acepções, aprofundando, ainda mais, sua importância não apenas para a capela, mas para o complexo funerário como um todo.
A cruz em sua presença marcante confere às formas impessoais da edificação o necessário caráter religioso de seu uso.
A neutralidade formal adotada para a edificação, além de dificultar equivocadas interpretações de seu singular caráter, permite contemplar, de forma mais ampla, as naturais nuances das cerimônias fúnebres que abriga, as quais, pela própria diversidade cultural dos grupos de pessoas que as protagonizam, podem assumir diferentes feições entre si. Além disso, a impessoalidade das formas da capela também possibilita a transcendência de sua pertinência cultural da esfera amazônica, libertando-a para que o significado de sua volumetria seja, universalmente, considerado legítimo.
A elementaridade formal da capela possibilita a legitimação do significado cultural de seu volume em universo que transcenda ao da região amazônica.
Juntamente com as questões formais, o tratamento cromático da capela possui importante função no contexto. A morte e a cor, em nossa cultura, não se relacionam de forma totalmente compatível. A tradição professa a inadequação de cores fortes nas cerimônias fúnebres, já que a morte é, nesse universo, sombria, negra. O luto tem sido, através dos tempos, a referência cromática da morte, o símbolo da perda e da ausência. A capela, entretanto, assim como todo o cemitério, tenciona justapor outra ideia da morte, apresentando-a, aqui, como transição, passagem, mudança de estado. A ideia do fim, traduzida pela negra ausência da cor, é contraposta pelo cromatismo da edificação, tendo no azul, no vermelho e no branco a expressão da morte como princípio de uma nova forma de vida. A percepção da cor evidencia a presença da luz, cujo significado, nesse caso, transcende às questões de sua natureza física e avançam às simbólicas, pois, aqui, a luz é, também, a própria vida.
Além das razões de cunho filosófico, existe, também, uma questão de ordem pragmática a justificar a presença da cor na edificação: a de salientar a capela como figura principal da composição, destacando-a de seu fundo, no qual predominam o verde das áreas de sepultamento, o cinza das passarelas e o branco do céu, quase sempre nublado, de nossa região.
A presença da luz, revelada pela percepção da cor, simboliza, aqui, a ideia da vida.
A capela mortuária é o edifício principal do complexo funerário, o qual adota o conceito de cemitério-parque. Como é do conhecimento de todos, esse tipo de cemitério inuma seus mortos somente em covas, identificadas, apenas, por lápides assentes sobre a superfície gramada do seu solo. No complexo em questão, 27.200 sepulturas distribuem-se em 13 hectares de terreno plano, o que torna monótona grande parte da ainda pouco arborizada paisagem do cemitério. Por esse motivo, a capela assume condição de ponto focal do conjunto, fato intensificador, ainda, da responsabilidade do significado de suas formas. Seu volume, na condição de figura, é, também, ponto de referência, apresentando geometria de forma a auxiliar a orientabilidade, proporcionando às pessoas visões diferentes a cada variação do ponto de sua contemplação, sem perder, contudo, a unidade formal.
A capela, em 314 m2 de área construída, contém dois conjuntos de câmaras-ardentes dotados, cada um, de reservado ambiente de apoio com banheiro e copa. Ainda integram a edificação uma lanchonete e uma floricultura, além do setor administrativo composto por duas salas de escritórios, banheiro de funcionários e depósito. A construção é constituída de fundações e estrutura de concreto armado, paredes em alvenaria de tijolos cerâmicos e cobertura de telhas termoacústicas metálicas. As superfícies exteriores das paredes são revestidas de lajotas cerâmicas e pastilhas porcelanizadas. As peças metálicas exteriores, executadas em chapas de aço patinável, são pintadas com tinta esmalte sobre base anti-ferruginosa. O piso interno é de granito polido e as paredes rebocadas e pintadas com tinta acrílica, exceto as das áreas molhadas, que receberam pastilhas porcelanizadas. As esquadrias externas são em vidro temperado e as internas em alumínio anodizado.
A estrutura geométrica da capela divide-se, de maneira geral, em três volumes. Basicamente, dois deles destinam-se às câmaras-ardentes e seus ambientes de apoio, enquanto que o terceiro abriga a parte administrativa. A constituição dos volumes, embora diferentes entre si, possuem o mesmo princípio. São agrupamentos de partes cujos preceitos formais e revestimentos, em geral, identificam suas funções na composição. As paredes mais robustas, revestidas de cerâmicas vermelhas, além de constituírem fechamentos verticais, sustentam grande parte da estrutura de aço que recebe as telhas metálicas azuis, as quais atuam, em alguns casos, não apenas como cobertura, mas como paredes, também. As convexas superfícies curvas, pastilhadas de branco, tiram partido de sua geometria para envolver e proteger todas as janelas. Por outro lado, as superfícies côncavas, igualmente pastilhadas, apoiam largas vigas-calhas que, por suas profundidades, protegem os grandes painéis de vidro das câmaras-ardentes. A marquise indicadora do acesso à capela, único elemento sem pares no conjunto, é constituída de chapas metálicas encurvadas sobre eixo horizontal.
A estrutura volumétrica da capela é constituída de partes cujos princípios formais e revestimentos, de maneira geral, identificam suas funções na composição.
As aberturas dos recintos são concebidas de forma a integrá-los da melhor maneira possível ao exterior da edificação, além de trabalhar a luz natural como elemento de composição de suas ambiências. Nas câmaras-ardentes - compartimentos onde as envasaduras assumem maior importância -, a grande abertura longitudinal que as ilumina, emoldura, também, a vista do complexo funerário. O nicho destinado ao esquife em cada uma dessas câmaras, é evidenciado pela luz recebida através da seteira lateral, conformada pelo encurvamento da parede de seu fundo. As câmaras ardentes, ressalte-se, apesar de se posicionarem na parte frontal da edificação, abrem-se às suas partes laterais e posterior, pois seu uso requer privacidade.
Para obtenção de conforto térmico, a edificação não lança mão de recursos ambientais, como, por exemplo, a ventilação natural, já que a grande maioria de seus compartimentos possui climatização artificial. Entretanto, a solução arquitetônica da capela objetiva, nesse aspecto, a minimização dos ganhos de calor como forma de aumentar a eficiência e diminuir o custo do sistema de condicionamento do ar. Para isso elementos como aberturas, revestimentos externos e cobertura foram objetos de preocupação especial. Os vãos envidraçados, potenciais coletores de calor, estão protegidos pelo fato de serem recuados em relação às faces externas das paredes nas quais se posicionam. Além disso, a edificação é toda revestida de material cerâmico ou porcelanizado o qual, como se sabe, possui bom desempenho quanto ao isolamento térmico. A telha metálica utilizada na cobertura possui uma camada de espuma de poliuretano entre suas faces exteriores e interiores garantindo, da mesma forma, baixa transmissibilidade de calor.
A capela aqui apresentada faz parte de um vasto elenco de objetos materiais que a morte projeta no mundo concreto. A pertinência a esse domínio, é expressa por meio das formas adotadas, que respeitam a natureza da edificação e afirmam as razões de sua existência. A volumetria, entretanto, pretende sugerir a todos apenas a essência de sua vinculação ao contexto fúnebre, concedendo liberdade para que as visões individuais de mundo de quem a contempla, produzam particulares interpretações do significado dessa relação.
Dos diversos espaços integrantes de um complexo funerário, a capela mortuária, destinada a abrigar a câmara-ardente na qual se velam corpos, é aquele que, a nosso ver, merece maior atenção, já que sua delicada finalidade a confere uma tarefa tão difícil quanto filosoficamente paradoxal: a de acolher, fisicamente, a celebração da perda da materialidade. Sua razão de existir é, portanto, expressa, como em qualquer outro edifício, justamente através daquilo que a morte arrebata: a matéria.
A capela aqui apresentada não ambiciona resolver o paradoxo que envolve sua existência. Sua intenção, nesse aspecto, é a de apresentar, por meio de sua expressão formal, uma maneira digna de, com ele, conviver.
As capelas mortuárias enfrentam um paradoxo filosófico: ser o meio físico sob o qual se reverencia a perda da materialidade.
As capelas mortuárias possuem, devido à sua natureza funcional, cunho essencialmente religioso. Na concepção da capela em discussão, a compreensão dessa essência norteou a busca de formas para a traduzir, e para evidenciar, também, a particularidade de sua utilização a diferenciando de outras edificações de igual caráter religioso, os templos, consagrados, porém, a cultos mais amplos.
A resposta formal às premissas conceituais estabelecidas para a capela em questão fundamentou-se na simplicidade geométrica impessoal, plasticamente distanciada de consagrados arquétipos de templos, dotada, entretanto, de forte religiosidade. Essa feição é marcada pela a presença do cruzeiro no ambiente circundante da edificação, o qual atribui identidade religiosa às suas neutras formas.
A cruz confere, a qualquer ambiente, uma atmosfera religiosa já que evidencia a presença de Deus na representação de Seu Filho crucificado. Em nossa cultura, é importantíssima a ideia da presença divina nos cemitérios, já que, para nós, em geral, morrer é ir ao encontro do Criador.
A geometria do cruzeiro, além de permitir igual leitura de qualquer direção de onde seja observado, foi concebida para proporcionar, ainda, outra interpretação de seu significado. Suas formas sugerem, também, uma estrela, como representação da luz divina a nortear e flutuar sobre a paisagem do lugar.
A fuga da literalidade no conceito formal do cruzeiro, como se vê, o torna um objeto reflexível, passível de múltiplas acepções, aprofundando, ainda mais, sua importância não apenas para a capela, mas para o complexo funerário como um todo.
A cruz em sua presença marcante confere às formas impessoais da edificação o necessário caráter religioso de seu uso.
A neutralidade formal adotada para a edificação, além de dificultar equivocadas interpretações de seu singular caráter, permite contemplar, de forma mais ampla, as naturais nuances das cerimônias fúnebres que abriga, as quais, pela própria diversidade cultural dos grupos de pessoas que as protagonizam, podem assumir diferentes feições entre si. Além disso, a impessoalidade das formas da capela também possibilita a transcendência de sua pertinência cultural da esfera amazônica, libertando-a para que o significado de sua volumetria seja, universalmente, considerado legítimo.
A elementaridade formal da capela possibilita a legitimação do significado cultural de seu volume em universo que transcenda ao da região amazônica.
Juntamente com as questões formais, o tratamento cromático da capela possui importante função no contexto. A morte e a cor, em nossa cultura, não se relacionam de forma totalmente compatível. A tradição professa a inadequação de cores fortes nas cerimônias fúnebres, já que a morte é, nesse universo, sombria, negra. O luto tem sido, através dos tempos, a referência cromática da morte, o símbolo da perda e da ausência. A capela, entretanto, assim como todo o cemitério, tenciona justapor outra ideia da morte, apresentando-a, aqui, como transição, passagem, mudança de estado. A ideia do fim, traduzida pela negra ausência da cor, é contraposta pelo cromatismo da edificação, tendo no azul, no vermelho e no branco a expressão da morte como princípio de uma nova forma de vida. A percepção da cor evidencia a presença da luz, cujo significado, nesse caso, transcende às questões de sua natureza física e avançam às simbólicas, pois, aqui, a luz é, também, a própria vida.
Além das razões de cunho filosófico, existe, também, uma questão de ordem pragmática a justificar a presença da cor na edificação: a de salientar a capela como figura principal da composição, destacando-a de seu fundo, no qual predominam o verde das áreas de sepultamento, o cinza das passarelas e o branco do céu, quase sempre nublado, de nossa região.
A presença da luz, revelada pela percepção da cor, simboliza, aqui, a ideia da vida.
A capela mortuária é o edifício principal do complexo funerário, o qual adota o conceito de cemitério-parque. Como é do conhecimento de todos, esse tipo de cemitério inuma seus mortos somente em covas, identificadas, apenas, por lápides assentes sobre a superfície gramada do seu solo. No complexo em questão, 27.200 sepulturas distribuem-se em 13 hectares de terreno plano, o que torna monótona grande parte da ainda pouco arborizada paisagem do cemitério. Por esse motivo, a capela assume condição de ponto focal do conjunto, fato intensificador, ainda, da responsabilidade do significado de suas formas. Seu volume, na condição de figura, é, também, ponto de referência, apresentando geometria de forma a auxiliar a orientabilidade, proporcionando às pessoas visões diferentes a cada variação do ponto de sua contemplação, sem perder, contudo, a unidade formal.
A capela, em 314 m2 de área construída, contém dois conjuntos de câmaras-ardentes dotados, cada um, de reservado ambiente de apoio com banheiro e copa. Ainda integram a edificação uma lanchonete e uma floricultura, além do setor administrativo composto por duas salas de escritórios, banheiro de funcionários e depósito. A construção é constituída de fundações e estrutura de concreto armado, paredes em alvenaria de tijolos cerâmicos e cobertura de telhas termoacústicas metálicas. As superfícies exteriores das paredes são revestidas de lajotas cerâmicas e pastilhas porcelanizadas. As peças metálicas exteriores, executadas em chapas de aço patinável, são pintadas com tinta esmalte sobre base anti-ferruginosa. O piso interno é de granito polido e as paredes rebocadas e pintadas com tinta acrílica, exceto as das áreas molhadas, que receberam pastilhas porcelanizadas. As esquadrias externas são em vidro temperado e as internas em alumínio anodizado.
A estrutura geométrica da capela divide-se, de maneira geral, em três volumes. Basicamente, dois deles destinam-se às câmaras-ardentes e seus ambientes de apoio, enquanto que o terceiro abriga a parte administrativa. A constituição dos volumes, embora diferentes entre si, possuem o mesmo princípio. São agrupamentos de partes cujos preceitos formais e revestimentos, em geral, identificam suas funções na composição. As paredes mais robustas, revestidas de cerâmicas vermelhas, além de constituírem fechamentos verticais, sustentam grande parte da estrutura de aço que recebe as telhas metálicas azuis, as quais atuam, em alguns casos, não apenas como cobertura, mas como paredes, também. As convexas superfícies curvas, pastilhadas de branco, tiram partido de sua geometria para envolver e proteger todas as janelas. Por outro lado, as superfícies côncavas, igualmente pastilhadas, apoiam largas vigas-calhas que, por suas profundidades, protegem os grandes painéis de vidro das câmaras-ardentes. A marquise indicadora do acesso à capela, único elemento sem pares no conjunto, é constituída de chapas metálicas encurvadas sobre eixo horizontal.
A estrutura volumétrica da capela é constituída de partes cujos princípios formais e revestimentos, de maneira geral, identificam suas funções na composição.
As aberturas dos recintos são concebidas de forma a integrá-los da melhor maneira possível ao exterior da edificação, além de trabalhar a luz natural como elemento de composição de suas ambiências. Nas câmaras-ardentes - compartimentos onde as envasaduras assumem maior importância -, a grande abertura longitudinal que as ilumina, emoldura, também, a vista do complexo funerário. O nicho destinado ao esquife em cada uma dessas câmaras, é evidenciado pela luz recebida através da seteira lateral, conformada pelo encurvamento da parede de seu fundo. As câmaras ardentes, ressalte-se, apesar de se posicionarem na parte frontal da edificação, abrem-se às suas partes laterais e posterior, pois seu uso requer privacidade.
Para obtenção de conforto térmico, a edificação não lança mão de recursos ambientais, como, por exemplo, a ventilação natural, já que a grande maioria de seus compartimentos possui climatização artificial. Entretanto, a solução arquitetônica da capela objetiva, nesse aspecto, a minimização dos ganhos de calor como forma de aumentar a eficiência e diminuir o custo do sistema de condicionamento do ar. Para isso elementos como aberturas, revestimentos externos e cobertura foram objetos de preocupação especial. Os vãos envidraçados, potenciais coletores de calor, estão protegidos pelo fato de serem recuados em relação às faces externas das paredes nas quais se posicionam. Além disso, a edificação é toda revestida de material cerâmico ou porcelanizado o qual, como se sabe, possui bom desempenho quanto ao isolamento térmico. A telha metálica utilizada na cobertura possui uma camada de espuma de poliuretano entre suas faces exteriores e interiores garantindo, da mesma forma, baixa transmissibilidade de calor.
A capela aqui apresentada faz parte de um vasto elenco de objetos materiais que a morte projeta no mundo concreto. A pertinência a esse domínio, é expressa por meio das formas adotadas, que respeitam a natureza da edificação e afirmam as razões de sua existência. A volumetria, entretanto, pretende sugerir a todos apenas a essência de sua vinculação ao contexto fúnebre, concedendo liberdade para que as visões individuais de mundo de quem a contempla, produzam particulares interpretações do significado dessa relação.
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