1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO E DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL
A área de intervenção definida pelo Termo de Referência que norteou a concepção do projeto aqui proposto é o trecho público da orla da cidade de Soure, delimitado pelo Rio Paracauari e a Primeira Rua, em seu intervalo compreendido entre a rampa da balsa e a curva próxima ao final da Segunda Rua. Essa parte da cidade é, ao longo de sua extensão, bastante heterogênea em seus aspectos físicos e funcionais, possuindo diversos equipamentos que desempenham importante papel na estruturação urbana local.
1.1. SISTEMA VIÁRIO
1.1.1. DESCRIÇÃO
A Via justafluvial a qual a ser tratada é pavimentada em asfalto, com calçadas em piso cimentado ou em blocos de cimento. Seu sistema de drenagem é fundamentalmente superficial, funcionando apenas com meios-fios e sargetas, apresentando poucos pontos com bocas de lobo e galerias subterrâneas. As águas são todas conduzidas para o talude à margem do rio.
Em alguns pontos das vias onde há canteiro central, existem algumas barracas de venda (lanchonetes etc) construídas em madeira.
A pavimentação asfáltica encontra-se, em geral, em razoável estado de conservação, possuindo alguns pontos que necessitam de recomposição. As calçadas, juntamente com seus meios-fios e sargetas, estão, em muitos locais, deterioradas, carecendo de recuperação. As barracas são construções precárias, e, como tal, estão sempre carentes de reparos.
1.1.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
O sistema viário do trecho em questão, devido ao generoso dimensionamento de seu traçado, em alguns pontos parece estar ocioso, já que o número de veículos existente na cidade, em períodos de baixa temporada, é bastante pequeno.
Os pontos de venda nos canteiros centrais servem, fundamentalmente, à população residente nas cercanias.
1.2. GUARDA-CORPO
1.2.1. DESCRIÇÃO
Ao longo de toda a área de intervenção existe um guarda-corpo de proteção em madeira de lei, constituído em peças de dimensão variável, pregadas umas às outras, com altura total média de 1.00 m.
1.2.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
Equipamento em bom estado de conservação, com alguns pontos necessitando de substituição de peças ou revisão de suas fixações.
1.2.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
Equipamento que protege a borda externa da calçada justafluvial, dificultando o acesso ao talude que se inicia na base desta.
1.3. CONJUNTO TALUDE / CAIS DE SANEAMENTO
1.3.1. DESCRIÇÃO
Esse elemento é a interface entre a área-objeto da intervenção proposta e o Rio Paracauari. Constitui-se de muro de contenção (com alguns trechos em alvenaria e outros em concreto) de cota superior média 1.10, o qual segura um talude natural coberto com camada vegetal, que se estende até a base do guarda-corpo de proteção.
O muro de contenção encontra-se, quase na totalidade do trecho a ser tratado, bastante comprometido, possuindo muitos pontos na iminência de ruírem e outros já desabados. O talude por ele sustentado, nos locais onde a contenção ruiu, encontra-se em contínuo processo de desbarrancamento, contribuindo, ainda mais, para a destruição do arrimo.
1.3.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
O conjunto cumpre função de estabilizar fisicamente a encosta da cidade e protegê-la das águas do Rio Paracauari. Na área próxima ao trapiche municipal, ostenta dizeres de boas-vindas, característicos da imagem do principal acesso fluvial da cidade.
1.4. RAMPA DA BALSA
1.4.1. DESCRIÇÃO
Ponto de acesso rodoviário à cidade. Equipamento constituído apenas pela rampa propriamente dita, construída sobre o solo natural, contida lateralmente por paredes em alvenaria e madeira. Sua pavimentação é composta por uma parte em concreto e outra em asfalto.
1.4.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
A pavimentação da rampa e sua via de acesso, em linhas gerais, encontra-se em razoável estado de conservação. As paredes laterais que contém o solo sob a rampa, entretanto, encontram-se deterioradas, havendo gradativa perda desse material e consequente perspectiva futura de desabamento.
1.4.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
A rampa da balsa é, hoje, o único ponto de acesso de veículos à cidade. A espera dessas embarcações, as quais conduzem não apenas veículos, mas pedestres, também, se faz sob as árvores existentes no lugar, já que não existe qualquer estrutura de apoio aos usuários desse serviço.
1.5. ESTACIONAMENTO DO TERMINAL FLUVIAL DE PASSAGEIROS
1.5.1. DESCRIÇÃO
Local no qual a Primeira Rua se alarga para conformar o estacionamento, com a área situada entre este e o guarda-corpo da orla sem qualquer tratamento paisagístico, apenas gramado em sua maioria, entretanto com poucas árvores.
1.5.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
Local em bom estado de conservação, com a área pavimentada e gramada sem maiores comprometimentos.
1.5.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
Local bastante usado para eventos artístico-culturais, devido à sua configuração sem obstáculos físicos, à sua posição contígua à via dupla que, nessas ocasiões, é usada como extensão desse espaço, e, também à sua proximidade da infra-estrutura de bar existente no terminal fluvial de passageiros.
1.6. PRAÇA INDEPENDÊNCIA
1.6.1. DESCRIÇÃO
Praça Independência Equipamento bastante arborizado, constutuído, fundamentalmente, de áreas gramadas e caminhamentos em areia, separados por tentos em alvenaria. Existem dois monumentos, um obelisco e uma escultura de inspiração moderna, e alguns bancos distribuídos por toda a área. Além desses, a praça não possui qualquer outro elemento que se destine a lazer ou esporte. Integram, ainda, o conjunto da praça, duas calçadas periféricas pavimentadas em blocos de cimento
1.6.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
A praça está em mau estado de conservação. Os tentos em alvenaria que determinam o traçado da praça estão bastante deteriorados, permitindo o avanço da vegetação das áreas verdes sobre os caminhamentos. O obelisco, apesar de bastante sujo, de forma geral, está íntegro, apenas necessitando de pequenos reparos em sua base. O outro monumento apresenta-se razoavelmente bem conservado. Os bancos, em sua maioria, estão mal conservados, mas ainda preservam todos os seus elementos constitutivos. As duas calçadas periféricas estão deterioradas, faltando mais de 50% de seus blocos de pavimentação. Quanto à arborização, a maioria dos espécimes estão, aparentemente, sadios.
1.6.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
A praça, apesar de bem arborizada e bem posicionada na estrutura urbana do trecho da orla a receber a intervenção aqui proposta, parece, em épocas de baixa temporada, pouco atrair a população da cidade. A inexistência de equipamentos de abrigo, lazer ou esportes é, a nosso ver, o principal motivo pelo referido desinteresse aparente.
1.7. TERMINAL FLUVIAL DE PASSAGEIROS
1.7.1. DESCRIÇÃO
Terminal fluvial de passageiros, localiza-se no meio da Praça Independência. Possui um espaço livre que integra-se à passarela de acesso ao trapiche, 3 bares de
apoio e 5 boxes de vendas de produtos diversos, além de ambiente para venda de passagens. É uma estrutura de alvenaria, coberta com telhas de fibrocimento.
1.7.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
A edificação encontra-se em razoável estado de conservação, necessitando de alguns reparos em paredes pisos e cobertura, revisão geral nas instalações elétricas e hidro-sanitárias, além de pintura geral.
1.7.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
A função básica da edificação é dar suporte em terra para o transporte fluvial de passageiros, e todos os equipamentos lá existentes teriam como atribuição apoiar essa atividade. Entretanto o grande número de bares e boxes que ali estão estabelecidos constituem uma oferta desses serviços bastante acima da demanda exigida pela função básica do terminal, o qual, em período de baixa temporada, apresenta pouco movimento. Portanto, ao longo do ano, a edificação funciona muito mais como complexo de serviços do que como terminal de passageiros.
1.8. TRAPICHE MUNICIPAL E PASSARELA
1.8.1. DESCRIÇÃO
Trapiche oficial da Prefeitura, atracadouro das embarcações de maior porte que fazem linha para a cidade de Soure. Constitui-se de uma estrutura em concreto dotada de área de embarque e desembarque coberta em telhas de barro. Liga-se ao terminal de passageiros por meio de uma passarela igualmente coberta com o mesmo material. As paredes são em alvenaria, os pisos cimentados e a estrutura da cobertura, em madeira.
1.8.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
As edificações encontram-se em razoável estado de conservação, necessitando de alguns reparos em paredes pisos e cobertura.
O trapiche cumpre satisfatoriamente sua função de ancoradouro.
1.9. TRAPICHES PEQUENOS
1.9.1. DESCRIÇÃO
Trapiches de menor porte, os quais atendem a pequenas embarcações (“rabetas”, “popopôs” etc). São estruturas precárias de concreto e madeira.
1.9.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
Os trapiches são construções rudimentares, apresentando problemas de estabilidade em suas estruturas.
1.9.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
Os trapiches cumprem, em que pesem o desconforto e a insegurança que suas exíguas e precárias estruturas físicas proporcionam aos seus usuários, satisfatoriamente suas funções de ancoradouros.
1.10. POSTO DE GASOLINA
1.10.1. DESCRIÇÃO
Posto de venda de combustíveis, destinado a atender veículos automotores terrestres e marítmos, possuindo 4 bombas de abastecimento, estando 3 delas situadas ao tempo em um dos canteiros centrais da Primeira Rua e a outra restante posicionada, também em local descoberto, junto ao Rio Paracauari. A edificação de administração e as estruturas de serviços (rampa para troca de óleo etc) localizam-se em terreno de propriedade da Preferitura Municipal, contíguo ao do entreposto de mercadorias, juntamente com um ponto de comercialização de gás GLP.
A estrutura física do posto está em razoável estado de conservação.
1.10.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
Apesar do posicionamento inadequado na estrutura viária da cidade, o posto cumpre satisfatoriamente sua função de abastecimento de veículos, mesmo o fazendo desconfortavelmente, em locais descobertos.
1.11. ENTREPOSTO DE MERCADORIAS
1.11.1. DESCRIÇÃO
Ponto de apoio e fiscalização de entrada e saída de mercadorias via fluvial da cidade de Soure. O conjunto é constituído de uma edificação construída em alvenaria e coberta com telhas de barro, a qual, atualmente, funciona como depósito de alimentação escolar, de uma pequena edificação com as mesmas características construtivas da primeira, destinada à fiscalização, e de uma área coberta em fibrocimento para embarque e desembarque.
1.11.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
As edificações encontram-se em razoável estado de conservação, necessitando de alguns reparos em paredes pisos e cobertura, revisão geral nas instalações elétricas e hidro-sanitárias, além de pintura geral.
1.11.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
O entreposto funciona satisfatoriamente como ponto de fiscalização, entretanto a inexistência de um trapiche limita a ancoragem das embarcações apenas ao período de preamar. Quanto à estocagem de alimentos escolares nesse local instalada, não existem grandes problemas no desenvolvimento dessa atividade.
1.12. ESTACIONAMENTO DOS BARCOS
1.12.1. DESCRIÇÃO
Trecho de aproximadamente 100 m situado próximo ao ancoradouro do entreposto. Local de estacionamento e manutenção de embarcações de pequeno porte, as quais ficam fundeadas próximas ao muro de contenção da base do talude. A ligação desse local com a via se processa por meio de uma escada construída no barranco.
1.12.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
O leito do Rio Paracauari, nesse local, apresenta-se bastante assoreado, e o muro de contenção está comprometido, encontrando-se rompido em alguns trechos. A escada, além de construída de forma precária, também está deteriorada, trazendo risco aos seus usuários.
Apesar dos problemas de assoreamento e estrutura física do local, sua função é desempenhada de forma satisfatória.
1.13. CURVA PRÓXIMA AO FINAL DA SEGUNDA RUA
1.13.1. DESCRIÇÃO
Ponto onde se localiza um dos atracadouros de embarcações pesqueiras. Local de reunião dos pescadores e comercialização do pescado.
1.13.2. ATUAL SITUAÇÃO FÍSICA
A geometria do sistema viário desse ponto é inadequada para as funções a que se destina, inexistindo o meio fio na curva. A reunião dos pescadores se processa sob a mangueira ali existente, havendo, como estrutura física de apoio para essa atividade, apenas um banco em madeira, em precárias condições.
1.13.3. ATUAL SITUAÇÃO FUNCIONAL
O local, apesar dos problemas do sistema viário e da precariedade de infra-estrutura física, cumpre satisfatoriamente suas funções.
2. INFRA-ESTRUTURA URBANA EXISTENTE NA ÁREA
2.1. SISTEMA VIÁRIO E DRENAGEM
O sistema viário do trecho em questão é composto, em sua maioria, por vias pavimentadas com asfalto CBUQ, à exceção de alguns trechos que estão em leito primário de piçarra. Todas as vias possuem calçadas revestidas em blocos ou argamassa de cimento, apresentando meios-fios e sarjetas por onde escoam superficialmente as águas pluviais. Existem, ao final da 16a Travessa, duas pequenas galerias ligando três bocas de lobo. Todo o sistema de drenagem tem como pontos de lançamento o talude de proteção da orla.
2.2. ENERGIA ELÉTRICA
A energia elétrica que alimenta o trecho em questão é, assim como em toda a cidade, gereda por uma usina diesel-elétrica de propriedade da empresa de origem espanhola Guascor do Brasil Ltda, e distribuída pela Rede Celpa.
2.3. TELECOMUNICAÇÕES
O trecho em questão é atendido pelo serviço prestado pela Telemar, existindo, no local, alguns telefones públicos.
Há também, na área, a cobertura de telefonia móvel (Celular), das operadoras Norte Brasil Telecom - NBT e Amazônia Celular.
2.4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO SANITÁRIO
O sistema de abastecimento de água do trecho em questão, assim como em toda a cidade, é de responsabilidade da COSANPA – Companhia de Saneamento do Estado do Pará. Segundo mapa cadastral fornecido por essa empresa, existe rede de alimentação ao longo da Primeira Rua, com diâmetro de 50 mm. Quanto ao esgoto sanitário, não existe, no trecho, nenhum sistema, resolvendo-se a disposição dos efluentes por meio de fossas individuais.
3. SITUAÇÃO DA PROPRIEDADE DO TERRENO E SEU VALOR DE MERCADO
O terreno no qual será executada a intervenção aqui apresentada é público, de propriedade, portanto, da Prefeitura Municipal de Soure, não possuindo, por isso, valor de venda no mercado.
4. PROPOSTA
4.1. JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA
A cidade de Soure é, a nosso ver, um dos pontos-chave para o desenvolvimento da atividade turística no estado do Pará. É a cidade mais importante da ilha do Marajó e uma de suas principais portas de entrada. Ao longo do ano, sedia diversos eventos de grande interesse turístico, nos quais recebe um grande público. Segundo informações oficiais, no mês de julho, por exemplo, a cidade chega a receber, ao longo do mês, 10.000 pessoas que ali desembarcam para veranear. Essa atividade é bastante importante não apenas para a cidade em si, já que, nesses períodos, sua economia incrementa-se, proporcionando ao poder público uma elevação de arrecadação que potencializa os investimentos oficiais no município, mas, também, para o estado como um todo, na medida em que, de forma indireta, atrai turistas, também, para as outras cidades do estado.
A área determinada para sofrer a intervenção proposta constitui-se, pela sua localização, na primeira imagem vislumbrada por aqueles que chegam a Soure. O trecho da orla compreendido entre a curva próxima ao final da Segunda Rua e a rampa da balsa é a própria “fachada da cidade”, é a sua interface com o resto do estado. A nosso ver, apenas esse fato já seria sufIciente para justificar qualquer proposta de melhoria para o lugar, de vez que, conforme já mencionado, o turismo é um dos pontos fortes da economia da cidade, e a obra proposta irá potencializar essa atividade. Entretanto, além das questões de cunho turístico, razões de natureza ambiental também justificam a necessidade de intervenção nesse trecho. O muro de arrimo está, como já foi afirmado anteriormente, deteriorado em diversos pontos, havendo perda do material do talude de proteção e conseqüente desmoronamento da encosta. É urgente, portanto, a recuperação e conseqüente estabilização dos trechos deteriorados do talude de contenção da orla, para que se interrompa o processo de desbarrancamento da encosta que ora se inicia nesses pontos.
Ainda no que diz respeito ao aspecto ambiental, a realização da obra é de extrema relevância para a cidade, pois assegurará, dentre outras coisas, a sobrevivência saudável dos inúmeros espécimes vegetais existentes no local da intervenção, criando-se proteções físicas para as bases de algumas árvores, delimitando-se com nitidez as áreas ajardinadas e construindo-se infra-estrutura de irrigação para os períodos de estiagem.
A intervenção proposta resolverá, também, por meio dos sistemas de esgotamento sanitário e drenagem pluvial projetados, o problema da destinação dos esgotos das edificações a ser implantadas no local, e da erosão dos jardins e da destruição do pavimento das ruas, ocasionado pelo irregular caminhamento superficial das águas das chuvas atualmente verificado.
A intervenção proposta para a orla da cidade, portanto, além de ir ao encontro da política de desenvolvimento estadual, a qual tem no turismo uma de suas principais alavancas, resolverá, também, o problema ambiental que, hoje, ali se processa.
4.2. DESCRIÇÃO DA PROPOSTA
A intervenção proposta para o referido trecho da orla fluvial da cidade de Soure constitui-se, em linhas gerais, da reurbanização de toda a área em questão, envolvendo os seguintes aspectos: Urbanização e Arquitetura, Cais de Saneamento, Estrutura de Edificações, Sistema viário, Drenagem Pluvial, Paisagismo, Instalações Elétricas e de Proteção contra Descargas Atmosféricas, Instalações Telefônicas, Instalações Hidro-sanitárias e Instalações de Prevenção e Combate a Incêndio.
A seguir, apresentamos individualmente os Memoriais referentes a cada Projeto integrante do Projeto Executivo, sendo esses textos, em forma e conteúdo, de inteira responsabilidade de seus autores.
4.2.1. PROJETO EXECUTIVO DE URBANIZAÇÃO E ARQUITETURA
De maneira geral, a geometria do perfil da orla será conservada, aproveitando-se o guarda-corpo em madeira existente, recuperando-o, interrompendo-o ou acrescentando-o, (sempre no mesmo material), nos pontos em que se fizerem necessários, de acordo com o detalhamento do projeto. Todo o madeiramento que constitui esse elemento, existente ou novo, será pintado com cal. A construção de um novo Muro de Arrimo ou Cais de Saneamento, paralelo ao existente, aumentará, com adição de material de aterro, a dimensão do talude de proteção da encosta, diminuindo-se, entretanto, sua declividade. O referido processo de reaterro deverá ser executado, desde a extração do material de empréstimo, observando-se todas as leis e normas de proteção ambiental. As jazidas que fornecerão o material deverão estar rigorosamente legalizadas, assegurando-se que os prejuízos ao meio ambiente decorrentes da atividade de extração estejam controlados. O Projeto Executivo apresenta, a pedido da SEDURB, uma alternativa de jazida legalizada e em pleno funcionamento, capaz de fornecer o material para a recomposição do terreno. Esse material, especificado como Arenoso Avermelhado, possui características adequadas ao uso pretendido, conforme atesta o laudo que integra o Projeto.
No local da rampa da balsa, à direita, em terreno a ser aterrado e estabilizado lateralmente com a construção de um muro de arrimo, deverá ser erigido um Terminal para os passageiros das referidas embarcações. Essa edificação possuirá um amplo local para espera, uma lanchonete, quatro boxes para venda de passagens e informações, um depósito, além de sanitários públicos, com instalações para o uso de deficientes físicos. O Terminal será uma edificação fundamentalmente aberta, com a cobertura em telhas de barro sustentada por uma estrutura em madeira travada com peças de aço parafusadas, a qual será apoiada sobre pilares de concreto, impermeabilizados com produto à base de silicone. As fundações serão igualmente em concreto, em sapatas e cintas. Os ambientes acima mencionados, com exceção da área de espera, serão fechados em alvenaria de tijolos cerâmicos e lajes de forro, terão portas em madeira de lei e, quando for o caso, elementos vazados em cimento. Os balcões localizados nos boxes e na lanchonete serão revestidos em granito cinza prata, e os vãos sobre eles existentes serão fechados com portas metálicas tipo esteira. As soleiras, também, serão em granito do mesmo padrão daquele usado nos balcões. Os pisos serão revestidos com Korodur PL (área de espera) e lajotas cerâmicas 20 x 20 cm (demais ambientes). Nas paredes, de acordo com o projeto, serão usadas lajotas cerâmicas 10 x 10 cm, e/ou reboco liso com pintura PVA. Todas as partes metálicas serão tratadas com pintura anticorrosiva e pintadas, quando especificado em projeto, com tinta esmalte sintético. As portas em madeira serão polidas e o madeiramento da cobertura, imunizado e envernizado. As águas pluviais provenientes da cobertura serão coletadas por calhas periféricas em chapa galvanizada, sendo lançadas para caixas coletoras no piso, para posterior destinação final.
O local do estacionamento do terminal fluvial de passageiros, atualmente, como já mencionamos acima, bastante utilizado para eventos artístico-culturais, terá sua área de estacionamento ampliada, não apenas para facilitar a realização desses eventos, concedendo mais liberdade para a montagem de palcos ou o estacionamento de trios-elétricos, mas, também, para melhor servir o terminal de passageiros. Seus canteiros receberão novo tratamento paisagístico, mantendo-se as árvores existentes, e as áreas de calçamento serão reposicionadas. A rede de energia elétrica será dimensionada para permitir a ligação de elementos de iluminação e sonorização extras, no caso da realização dos referidos eventos. Esse local deverá receber, ainda, Quiosques a funcionarem nos momentos de maior movimento, comercializando produtos diversos, de acordo com a ocasião.
Os mencionados Quiosques serão construções com paredes baixas em alvenaria de tijolos cerâmicos, sobre as quais haverá balcões em concreto revestidos em granito cinza prata. Será coberto com telhas de barro, sustentadas por estrutura de madeira travada com peças de aço parafusadas, apoiada em pilares de concreto. As fundações serão igualmente em concreto, em sapatas e cintas. O acesso ao interior de cada Quiosque será feito por meio de uma porta, em madeira de lei, localizada sob o balcão. Haverá prateleiras em madeira sobre os balcões, ficadas com elementos metálicos e parafusos. Os pisos terão acabamento cimentado, as paredes serão rebocadas e pintadas com tinta PVA, e os pilares em concreto impermeabilizados com produto à base de silicone. Todas as partes metálicas serão tratadas com pintura anticorrosiva e pintadas, quando especificado em projeto, com tinta esmalte sintético. A porta em madeira será polida e o madeiramento da cobertura, imunizado e envernizado.
Ainda nesse local, deverá ser construído um trapiche para embarcações de pequeno porte, para que seja desativado e demolido aquele atualmente utilizado pela população, o qual está localizado próximo ao Entreposto Municipal. Esse Trapiche será escalonado, e possuirá toda a sua estrutura em concreto, incluindo-se as estacas de suas fundações. Em suas proximidades, serão colocadas duas estacas de madeira para balizamento. O acesso até o trapiche será realizado por meio de uma escada, igualmente em concreto, com guarda-corpo em madeira de lei, apoiada sobre o talude de contenção da encosta.
A intervenção prevista para a Praça Independência, proporá, por meio de uma alteração no sistema viário, uma nova configuração para seus limites externos. Além disso, redesenhará seus caminhamentos internos, respeitando-se todas as árvores ali existentes e adotando uma configuração geométrica radial para criar pontos de interesse.
No principal ponto focal da Praça, será construído um novo coreto, elemento dos mais característicos nas praças brasileiras de concepção tradicional, posicionado no local onde outrora existia outra edificação dessa natureza. O Coreto será uma edificação octogonal, dotada de um único acesso, com base elevada em alvenaria e coberta com telhas metálicas. A estrutura de sustentação da cobertura será em madeira, com atracações em chapas e parafusos de aço, apoiada sobre pilares em concreto. As fundações dessa edificação serão igualmente em concreto, em sapatas e cintas. O guarda-corpo será metálico, arrematado, em sua parte superior, por uma peça em madeira.
O piso será em Korodur PL, com acabamento polido na parte interna e antiderrapante na escada. As paredes externas serão rebocadas e pintadas com tinta PVA, e o madeiramento da cobertura, imunizado e envernizado. Todas as partes metálicas serão tratadas com pintura anticorrosiva e pintadas, quando especificado em projeto, com tinta esmalte sintético. As águas pluviais provenientes da cobertura serão coletadas por calhas periféricas em chapa galvanizada, sendo lançadas, por meio de condutores fixados nos pilares, para caixas de seixo coletoras no piso, infiltrando-se no sub-solo.
O obelisco existente será valorizado pelo novo traçado da Praça, sendo recuperado, retirando-se o guarda-corpo que o contorna. O outro monumento posicionado na parte central da atual praça, deverá ser demolido.
A referida alteração na geometria do sistema viário criará um espaço contíguo ao terminal e à passarela de acesso ao trapiche municipal, que, pela proximidade ao principal ponto de acesso à cidade, deverá funcionar como um eventual ponto de comercialização de produtos locais. Para isso, esse espaço receberá, também, os quiosques acima descritos, a funcionarem, igualmente, nos momentos de maior movimento.
Ainda nesse local, serão implantadas as barracas de lanches a serem removidas das atuais posições que ocupam nos canteiros centrais, as quais serão, a exemplo dos Quiosques, padronizadas e dispostas de maneira a atender não apenas a área em questão, mas, também, a praça.
Essas barracas serão construções em alvenaria de tijolos cerâmicos, estruturadas por sapatas, cintas, pilares e percintas em concreto, cobertas por telhas de barro sobre madeiramento travado com peças de aço parafusadas. Possuirão, cada um, área interna de trabalho e preparo de alimentos, e local coberto para mesas. A porta e as janelas laterais serão em madeira, haverá ventilações em elementos vazados de cimento, e o vão principal de atendimento receberá porta metálica tipo esteira para fechamento. Todos os pisos internos serão em lajotas cerâmicas de dimensão 20 x 20 cm, e os externos, em piso cimentado. As paredes internas, até altura de 2.00 m, receberão o mesmo material em diferentes dimensões ( 10 x 10 cm ) e acima da referida altura serão pintadas com tinta PVA. Os balcões, internos e externos, receberão revestimento em granito cinza prata, assim como as soleiras das portas. Externamente, as paredes serão rebocadas e/ou carapinhadas e pintadas com tinta PVA, os pilares serão tratados com produto à base de silicone, a porta metálica pintada com esmalte sintético sobre base antiferruginosa, as portas e janelas em madeira serão polidas e o madeiramento da cobertura imunizado e envernizado.
A Praça receberá, também, um espaço pavimentado e bem iluminado para apresentações artístico-culturais. Serão implantados, ainda, maloquinhas, um parque infantil, bancos e lixeiras. As Maloquinhas serão dispostas de maneira a conformarem lugares de convivência, e cada uma delas, possui sapata, pilar, seis bancos e uma mesa, todos em concreto, sendo tratadas, com produto à base de silicone, as superfícies que ficarem aparentes. A cobertura será em telhas de barro, estruturadas por peças de madeira imunizadas e envernizadas, ligadas por chapas de aço parafusadas.
O Parque Infantil será uma área com piso em areia dotado de balouços, carrosséis, escadas horizontais, escorregadores e gangorras. Esses brinquedos serão todos metálicos, constituídos fundamentalmente de tubos e chapas galvanizados, pintados com esmalte sintético sobre base antiferruginosa conforme projeto.
Haverá bancos em concreto, pintados com tinta para piso, distribuídos por toda a Praça, bem como lixeiras metálicas posicionadas de acordo com a necessidade. Todos os passeios possuirão piso em concreto com juntas plásticas e serão dotados de rampas para possibilitar o deslocamento de deficientes físicos.
As bombas de abastecimento de combustível localizadas em um dos canteiros laterais da Primeira Rua deverão ser removidas e deslocadas para o interior do lote onde está posicionada a edificação da administração do posto, favorecendo sua funcionalidade e desobstruindo a via pública. A reformulação da geometria do sistema viário, nesse local, viabilizará o remanejamento proposto, já que possibilitará um aumento desse terreno, beneficiando a Prefeitura Municipal, sua proprietária.
O entreposto, em sua parte interna, não será objeto dessa intervenção. Sua calçada circundante, entretanto, será ampliada, organizando-se um estacionamento externo de apoio. Será construído, também, um trapiche para embarcações de carga, o qual, a exemplo do trapiche para pequenas embarcações, será escalonado, possuirá estrutura e fundações em concreto, e estacas para balizamento. Em sua parte inferior, distribuídos sob os patamares, haverá arganéis metálicos para a amarração das embarcações ancoradas. O acesso até ele será realizado pela lateral do ponto de chegada fluvial ao entreposto, sendo necessário, para isso, a demolição de uma parede.
A barraca “25 de março”, há muito estabelecida próxima ao entreposto, terá suas instalações físicas demolidas e substituídas por uma Barraca, idêntica às que serão erigidas na lateral da Praça independência.
Na curva próxima ao final da Segunda Rua, no local onde se localiza o encontro dos pescadores, será construída uma calçada e lançados bancos sob a mangueira ali posicionada, para dar apoio às reuniões nesse ponto realizadas.
O sistema viário, como um todo, à exceção da área da Praça, não será modificado, corrigindo-se, apenas, alguns raios de curvas e reajustando-se os posicionamentos dos canteiros centrais. Serão executados, também, canteiros de proteção para algumas árvores. Os passeios serão todos refeitos em concreto, de acordo com o projeto de Sistema Viário.
O terminal fluvial de passageiros e a passarela que o liga ao trapiche municipal, apesar de estarem inseridos na área para a qual ora apresentamos a proposta de intervenção, não serão contemplados pela mesma, já que, além de estarem em razoável estado de conservação, seus tratamentos não estão incluídos nas demandas expressas no Termo de Referência que norteou a concepção do projeto. Entretanto, ainda que excluídos da proposta atual, reconhecemos que, pelas suas importâncias para o contexto a que pertencem, o terminal, a passarela e o trapiche devem ser objetos de intervenções próprias, que os compatibilizem com a futura configuração de seus espaços circundantes.